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2012 - Livro Vermelho 2013

Rinorea bicornuta Hekking CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 29-08-2012

Criterio: B2ab(iii)

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

Rinorea bicornuta caracteriza-se por árvoresterrícolas, perenes, hermafroditas, e apresenta síndrome de polinizaçãoentomófila. Restrita do bioma Amazônia, é endêmica do estado do Amazonas,município de Tocantins, desenvolvendo-se em Matas de Galeria, em FlorestaOmbrófila às margens do Rio Solimões. Apresenta AOO de 4 km². É conhecida apenaspelo material tipo, depositado no Herbário RB, coletado em1927. De acordo com os dados disponíveis atualmente, apresenta distribuiçãomuito restrita e pontual, o que corrobora com o status de conservação daespécie. Os intensos desmatamentos que acometem a região onde ocorre, com aprincipal finalidade de implementação do cultivo da soja, pecuária e instalaçãode infraestrutura, são a única situação de ameaça que incide sobre a espécie. São necessários investimentos em pesquisacientífica e esforços de coleta a fim de certificarda existência de subpopulações da espécie, considerando a viabilidadepopulacional e sua proteção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Rinorea bicornuta Hekking;

Família: Violaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Rinorea bicornuta é próxima de R. guianensis, R. bahiensis e R. paniculata, caracterizando-se dentre estas espécies pela inflorescência curtamente tirsóide contendo címulas laterais, geralmente com 3-5 flores; pedicelos com 1-3 mm de comprimento; flores e ramos florais mais velhos notavelmente deflexos; ramos florais cônicos e ápice da antera arredondado apendiculado por duas extremidades agudas (Hekking, 1988).

Distribuição

Ocorre no estado do Amazonas, na região do município de Tonantins, próximo a Tefé (Hekking, 1988).

Ecologia

​Árvore encontrada em floresta ombrófila às margens do rio Solimões. Fértil em novembro e polinizada por insetos.

Ameaças

1.1.1 Crop
Severidade very high
Detalhes Em 2003, a área de floresta desmatada na Amazônia brasileira alcançou 648,5 x 10³ km² (16,2% dos 4 x1.000.000 km² da floresta original da Amazônia Legal, que é de 5 x 1.000.000 km²), incluindo, aproximadamente, 100 x 1.000 km² de desmatamento antigo (pré-1970) no Pará e no Maranhão. O índice atual (2010 - 2011) do INPE de desmatamento aponta uma área de 5.692.207 km².Atualmente, o avanço das plantações de soja na região apresenta-se como a maior ameaça, com seu estímulo para o investimento maciço do governo em infra-estrutura, como hidrovias, ferrovias e rodovias. As estradas para retirada de madeira, especialmente para extração de mogno, precedem e acompanham as rodovias, tornando as fronteiras acessíveis para o investimento dos lucros do comércio da madeira em plantações de soja e fazendas para a criação de gado. A extração da madeira aumenta a inflamabilidade da floresta, levando às queimadas do sub-bosque que colocam em movimento um ciclo vicioso de mortalidade de árvores, aumento da carga de combustível, reentrada do fogo e, por fim, destruição total da floresta. As bases de muitas árvores são queimadas à medida que o fogo se prolonga. As árvores da floresta amazônica não são adaptadas ao fogo e a mortalidade a partir de uma primeira queimada fornece o combustível e a aridez necessários para fazer as queimadas subseqüentes muito mais desastrosas. A temperatura alcançada e a altura das chamas na segunda queimada são, significativamente, maiores que na primeira, matando muitas outras árvores.O impacto do corte de espécies de baixa densidade e comercialmente valiosas é, freqüentemente, subestimado. O processo de corte seletivo resulta em um prejuízo de quase duas vezes o volume de árvores que estão sendo removidas. Devido ao fato de muitas árvores menores serem mortas, o efeito sobre os indivíduos é ainda maior (Fearnside, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: A espécie foi categorizada como EN na Lista Vermelha da IUCN 2012.1 (IUCN, 2012).

Referências

- HEKKING, W.H.A. Violaceae part I - Rinorea and Rinoreocarpus. New York: New York Botanical Garden Press, 1988. 207 p.

- THE IUCN RED LIST OF THREATENED SPECIES 2012.1. Rinorea bicornuta. Disponivel em: <http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/35976/0>.

- FEARNSIDE, P.M. Desmatamento na Amazônia brasileira: história, índices e conseqüências. Megadiversidade, v. 1, n. 1, 2005.

Como citar

CNCFlora. Rinorea bicornuta in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Rinorea bicornuta>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 29/08/2012 - 14:40:40